quinta-feira, 7 de março de 2013

Casa da Mulher do Grajaú


Associação Luta pelas Mulheres

Universitários visitam a Associação de Mulheres do Grajaú e conhecem os projetos da casa

Texto: Izabela Vasconcelos e Fernanda Lacerda

A Associação de Mulheres do Grajaú teve ajuda nos seus primeiros anos, mas depois passou a depender de doações, bazares e bingos para arrecadar dinheiro. Hoje a associação não tem nenhum tipo de ajuda financeira e por esse motivo tenta se reconstruir aos poucos. “Pagamos por volta de R$ 800,00 por mês de contas de água, luz, e outras taxas da associação. Todo esse dinheiro é conseguido com muito esforço através de bingos e outras atividades beneficentes”, diz Ivanilda.

No dia 6 de outubro, os estudantes de jornalismo e relações públicas da Unisa foram conhecer de perto essa entidade, pelo projeto Universitário Social.

A entidade foi criada em 1982 para combater a violência contra a mulher e defender seus direitos. Antes de sua fundação, já havia um movimento feminino que reivindicava melhorias no bairro, com conquistas sensíveis à comunidade, como a queda de atropelamentos na região e o hospital do Grajaú, hoje administrado pela Unisa. Nessa época, as mulheres se reuniam numa igreja da região para fazer o curso de mães e aproveitavam para discutir sobre os direitos femininos. Também falavam da valorização da mulher, sexo, prostituição e outros assuntos relacionados. O padre não aprovou aquelas discussões dentro da igreja e pediu que elas encontrassem outro lugar. Desde então as reuniões passaram por casas e salões emprestados.

Em 1989, conseguiram, com verba de uma ONG alemã, comprar a sede da Associação. Adélia Prates e Nilza Albina fundaram a entidade, com o apoio da argentina, Marta Argentina, que até hoje ajuda na elaboração de algumas oficinas.

Depois que adquiriu sua sede a associação se tornou conhecida internacionalmente pelo trabalho de capacitação profissional, planejamento familiar e cuidados da saúde física e mental da mulher.

Além de atender mulheres da região, a associação atende também crianças e adolescentes, já que a violência doméstica não atinge só a classe adulta. “Já aprendi muito aqui”, diz a voluntária Ivanilda Mendes. Ela conta que o principal motivo de procura das mulheres pela associação é a violência doméstica. A voluntária diz que também já sofreu agressão do marido. “Ele bebia muito. Era horrível”, afirma ela.

Um episódio com a irmã da fundadora foi algo que impulsionou a luta contra a violência doméstica. No começo da associação,  Delvita Prates, na época com 25 anos, foi brutalmente assassinada, grávida, pelo marido. Cerca de 20 anos depois, o filho de sua falecida irmã, Artur Prates, foi agredido, até hoje não se sabe como e por quem. Hoje ele tem 24 anos e está paralítico, não fala e tem poucas reações. Adélia cuida integralmente dele.

Em 1997, por falta de recursos, a casa foi fechada e as atividades da associação encerradas. Só em 2005 a casa reabriu, mas ainda passa por dificuldades financeiras. Mesmo assim realiza até hoje cursos de corte e costura, dança e manicure. No passado, a casa já chegou a ter 25 cursos no mesmo dia, além de um ginecologista que atendia às mulheres na própria sede. Atualmente a casa não conta com serviços médicos, mas encaminha as associadas para outros locais.

Recentemente a associação participou da Marcha das Margaridas, evento em Brasília que reúne mulheres de várias instituições. As diretoras têm muitos planos para o futuro, mas reconhecem a importância do apoio da sociedade e empresas nesse auxílio.


Fonte: http://www.agenciaculturadepaz.com.br/us-Associacao-luta-mulheres.asp

Um comentário:

  1. Boa noite,
    Gostaríamos de entrar em conta com a Casa das Mulheres para um projeto de faculdade, mas não conseguimos o contato de vcs..
    Favor entrar em contato com o nosso e-mail: piapademe@gmail.com
    Agradecemos des de já.

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